São Mateus, 4 - 11. Breve História da QuaresmaA Quaresma é uma caminhada de 40 dias que nos conduz à Páscoa. Os Hebreus caminharam 40 anos no deserto para só depois alcançarem a Terra Prometida; foram 40 anos de vida dura, sacrificada, de purificação da idolatria. Moisés permaneceu 40 dias no Sinai antes de receber a Lei, em oração e penitência diante da majestade de Javé. Elias caminhou 40 dias no deserto para chegar ao monte de Deus. Cristo jejuou 40 dias no deserto antes de iniciar a sua vida pública. A Quaresma é o grande período em que toda a Igreja se recolhe, e se purifica para preparar a Páscoa: façamos a Quaresma “juntos”, “na Igreja”, unidos a todos os cristãos do mundo. A nossa Quaresma será, por isso: a) 40 dias de luta: com Cristo lutador, resistamos às tentações e ao pecado; b) 40 dias de penitência: como os Hebreus no deserto, aceitemos sacrifícios para purificar nossas almas. Aliviar a fome dos mais pobres será o fruto tangível da nossa penitência e do nosso “jejum”; c) 40 dias de formação cristã e de oração: a Palavra de Deus que escutaremos com mais frequência e interesse nos porá em maior contacto com Deus. Esquema temático das leituras dos Domingos da Quaresma
Ano | Antigo Testamento | Novo Testamento | Evangelho | |
Domingo I | A B C | Criação e Pecado. Dilúvio e Aliança. Profissão de Fé. | Pecado e Graça. Dilúvio e Baptismo. Fé em Cristo. | Tentação de Cristo. Idem Idem |
Domingo II | A B C | Vocação de Abraão. Sacrifício de Abraão. Fé de Abraão e Aliança. | Nossa Vocação. Deus entrega o Filho por nós. A nossa pátria está nos Céus. | Transfiguração. Idem Idem |
Domingo III | A B C | A água do deserto. A Lei de Moisés. O Senhor liberta. | O amor de Deus em nosso coração. Cristo crucificado: sabedoria e escândalo. O Caminho do deserto é exemplo. | A Samaritana e a água viva. Purificação do Templo e anúncio do novo Templo. Converter-se ou perecer: conversão. |
Domingo IV | A B C | Unção do Rei (Luz de Deus). Infidelidade e Castigo: conversão. A Páscoa na Terra Prometida. | Viver como filhos da Luz. Mortos pelo pecado: ressuscitados pela graça. Reconciliados com Deus em Cristo. | Cego de nascença e a luz de Deus. A serpente do deserto e Cristo elevado na cruz. O filho pródigo e a reconciliação. |
Domingo V | A B C | Visão da Ressurreição. Nova Aliança gravada no coração. Esquecer o passado: mundo novo. | A nossa ressurreição. Oração de Cristo ao Pai. Ressuscitar com Cristo. | Ressurreição de Lázaro. Vida do Ressuscitado. O grão de trigo enterrado dá muito fruto: glorificação. A mulher adúltera encontra/ reencontra a sua dignidade. |
Domingo de Ramos (A B C) | Profecia da Paixão: o Servo Sofredor. | Cristo humilhou-Se e Deus exaltou-O. | Paixão de Cristo. |
Domingo I: Criação - Pecado - Dilúvio - Aliança - Fé e Culto, são a situação terrena do homem, cujo modelo nos é apresentado em Cristo, a primeira Criatura que venceu o pecado no dilúvio do Seu Sangue de Aliança para instaurar o novo culto do homem, a Deus.
Domingo II: A Vocação, o Sacrifício e a Fé de Abraão, nosso pai na fé, descrevem o modelo de vida que os crentes são chamados a imitar no seu viver como peregrinos com Cristo a caminho do monte da glória, onde a divindade se revela na humanidade que assume e transfigura.
Domingo III: A água do deserto, a lei de Moisés e a presença do Senhor libertador, são expressões do amor de Deus que em Cristo Se fez água viva, novo templo e conversão perfeita, que conduzem da escravidão à libertação; esquema dinâmico e celebrativo do Mistério Pascal no Sacramento do Baptismo.
Domingo IV: A escolha e unção de David como rei, as infidelidades, castigos, conversões e libertações dum povo que celebrava a Páscoa, falam da história de Israel, com uma nova história. Os cegos de nascença no pecado, situação da humanidade após o pecado, encontram a luz da salvação na Cruz que os reconcilia com o Pai. O Espírito Santo, concedido para remissão dos pecados é o autor desta nova fase da História da Salvação.
Domingo V: A mensagem dos profetas, que anunciaram a Ressurreição e uma Nova Aliança para o mundo novo, alcança a sua realização na ressurreição de Lázaro, onde Cristo anuncia a Sua própria morte e ressurreição como princípio de vida fecunda, e na conversão da mulher adúltera que reencontra a sua dignidade de filha de Deus, livre e salva.
Domingo de Ramos: Toda esta obra da salvação, anunciada e descrita pelos profetas, é realizada em Cristo que entra triunfalmente em Jerusalém a caminho da Paixão gloriosa que O conduzirá à Glória Celeste.
O Mistério Pascal é toda esta maravilha proclamada nas leituras da Missa ao longo dos Domingos da Quaresma nos seus três ciclos anuais
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